A administração de Donald Trump interrompeu o apoio crucial às capacidades de interferência dos F-16.
Os Estados Unidos, após decidirem encerrar seu suporte à Ucrânia, enfrentam um desafio ao não poderem simplesmente desativar os caças F-16 projetados por eles. Contudo, a administração Trump cortou o apoio vital para suas capacidades de jamming, o que pode privar a Força Aérea Ucraniana de uma importante contramedida aérea.
De acordo com o analista da Forbes, David Ax, os ucranianos não estão completamente sem recursos e podem transferir a responsabilidade da interferência para os caças franceses Dassault Mirage 2000. Ax aponta que a Força Aérea da Ucrânia está aproveitando ao máximo a capacidade dos F-16 equipados com pods AN/ALQ-131 para inundar as telas de radar russas com ruído eletrônico. Eles atuam como "defesas aéreas voadoras" com tecnologia avançada de alerta de mísseis, segundo a equipe de Inteligência de Conflito.
Entretanto, a Força Aérea Russa consegue contornar a interferência reprogramando seus radares para diferentes frequências. Como Ax observa, enquanto a Força Aérea sob Biden conseguiu acompanhar a adaptação russa ajustando constantemente as frequências dos AN/ALQ-131, sob Trump, os pilotos ucranianos não estão recebendo atualizações, e os programas podem se tornar obsoletos em breve.
No entanto, os Mirage 2000 da França estão equipados com seus próprios potentes jammers, e os americanos não estão envolvidos em sua programação, destaca o analista. O Mirage 2000-5F atualmente em serviço na Força Aérea Francesa opera com uma combinação do receptor de aviso de radar Serval, do jammer Sabre e do dispensador de flares Eclair. Este sistema era de ponta na década de 1980, mas rapidamente ficou ultrapassado.
"Reconhecendo essa fraqueza e entendendo a gravidade da ameaça de mísseis russos sobre a Ucrânia, o Ministério da Defesa da França prometeu instalar novas contramedidas eletrônicas nos Mirage 2000 antes de entregá-los à Ucrânia. O ministério provavelmente tinha em mente o Sistema de Contramedidas Integradas Mark 2, predominantemente analógico, ou o Sistema de Contramedidas Integradas Mark 3, totalmente digital", observa Ax.
Qualquer um dos sistemas representa uma melhoria em relação ao sistema mais antigo e pode ser um potencial substituto para o AN/ALQ-131, já que os pods americanos estão ficando para trás em relação à adaptação russa. Os franceses são aliados firmes da Ucrânia e estão dispostos a reprogramar os jammers, se necessário.
A longo prazo, os ucranianos poderiam adaptar seus F-16 com contramedidas eletrônicas não americanas, destaca Ax. No entanto, isso pode levar tempo e dinheiro que a Ucrânia não possui.
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